Lição 07- EBD CPAD
13 de novembro de 2011
TEXTO ÁUREO - “E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face, e se converter dos seus maus caminhos, então, eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra” (2 Cr 7.14).
VERDADE PRÁTICA - Quando o povo de Deus, arrepende-se de seus pecados, além de receber o perdão divino, começa a viver uma fase de copiosas bênçãos.
LEITUA BIBLICA – Neemias 9: 1-3, 16, 33-36
INTRODUÇÃO
QUANDO A CONGREGAÇÃO SE ARREPENDE
Quando o povo de Deus se arrepende dos seus pecados, há perdão para si e bênçãos sobre sua terra. Quando em uma nação a maioria permanece obedecendo a Deus, e uma pequena parte transgride seus mandamentos, o povo não sofre tanto as repreensões do Senhor. A partir do momento em que um povo, uma igreja, a começar da liderança, vive em pecado, a situação torna-se insustentável. A ira de Deus se manifesta permitindo consequências trágicas. O povo de Israel fora escolhido por Deus para representá-lo na terra.
Em toda a sua história, desde Abraão, foi um povo que experimentou quão grande é Jeová! A necessidade o levou ao Egito, lá o povo foi escravizado, mas Deus levantou sua potente mão e o libertou através de Moisés. Na jornada em direção a Canaã, presenciaram coisas terríveis, maravilhas e milagres realizados por Deus como povo algum jamais assistiu. Foram plantados na Terra Prometida pela mão de Deus, contudo, transgrediram, pecaram e deram as costas ao Senhor.
Apesar de advertidos, obstinadamente e de forma deliberada fizeram pouco caso da misericórdia de Deus. Como conseqüência, veio o cativeiro. Na Babilônia ficaram setenta anos. Contudo, Deus cumpriu suas promessas e os fez voltar à sua terra. De 3 milhões de pessoas que eram ao sair do Egito, menos de cinquenta mil retomaram a Jerusalém com Zorobabel, Esdras e Neemias.
Porém, após a restauração dos muros, veio o grande avivamento quando o povo ouviu a Palavra de Deus. E tomaram consciência de que o pecado não era só de alguns, mas de todo o povo, a começar da liderança. O avivamento não provocou apenas movimento, cânticos e celebrações festivas, mas, principalmente, arrependimento e confissão de pecados. Decerto, é esse avivamento que está faltando aos evangélicos no Brasil e em todo o mundo. Existe crescimento numérico, sem dúvida, entretanto não há crescimento qualitativo.
Para que haja crescimento qualitativo o povo, que se chama pelo nome de Deus, precisa “se humilhar, e orar... e se converter dos seus maus caminhos” (2 Cr 7.14).
As Consequências do Avivamento Genuíno
Arrependimento e confissão de pecados. “E, no dia vinte e quatro deste mês, se ajuntaram os filhos de Israel com jejum e com pano de saco e traziam terra sobre si” (Ne 9.1). Este grande evento ocorreu no mês de tisri (setembro). Como vimos, no comentário anterior, quando a palavra de Deus foi valorizada, o povo de Israel adorou, cantou, alegrou-se e derramou lágrimas de júbilo e de arrependimento naquela memorável semana em que os líderes lhes expuseram a lei de Deus, incluindo os terríveis juízos por causa do pecado. Se o avivamento tivesse sido apenas “fogo de palha”, teria ficado por ali. Mas os frutos continuaram e foram duradouros. O primeiro grande fruto foi o arrependimento e a confissão.
Sinais do arrependimento. Eles não apenas choraram e se lamentaram expressando remorso. Entretanto, demonstraram com atitudes e gestos concretos que estavam arrependidos.
Profunda tristeza (Ne 9.1). Primeiro, puseram “pano de saco e traziam terra sobre si”. Era um costume cultural daquele povo. Era sinal de tristeza (Gn 37.34), humilhação (1 Rs 2 1.27), desespero (2 Rs 19.1), angústia (Et 4.3). Na época de Neemias, era sinal evidente de grande arrependimento. O gesto de terra sobre a cabeça completava a expressão de tristeza e arrependimento (Jó 7.9; 1 Sm 4.12; Lm 2.10). Existem pessoas nas igrejas locais que pedem perdão sem qualquer sinal visível de tristeza pelos pecados cometidos, e freqüentemente voltam a pecar.
Apartaram-se dos estranhos (Ne 9.2 a). Os estranhos eram as pessoas dè outros povos com que o povo de Israel se misturara desde a saída do Egito. Pouco a pouco, ao longo dos anos, a linhagem santa misturava-se com os povos de Canaã, dando lugar aos casamentos mistos. E essa mistura levou o povo aos cultos daqueles povos a seus deuses estranhos. Esdras, o sacerdote, teve que enfrentar esse problema e determinar a despedida das mulheres estranhas (Ed 10). Contudo, depois, a mistura ainda se observava.
A idolatria foi o principal pecado de Israel. Uma das principais razões por que Deus levou Israel à terra de Canaã foi para destruir os seus falsos deuses e seus cultos aos demônios. Durante esses cultos crianças eram sacrificadas aos demônios. O deus Moloque era representado por um ídolo esculpido em ferro com uma abertura como seu ventre. Ali, em fogo ardente, os pais lançavam bebês e crianças maiores em sacrificio aos demônios.
E Deus determinou: “Quando entrares na terra que o Senhor, teu Deus, te der, não aprenderás a fazer conforme as abominações daquelas nações. Entre ti se não achará quem faça passar pelo fogo o seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro, nem encantador de encantamentos, nem quem consulte um espírito adivinhante, nem mágico, nem quem consulte os mortos, pois todo aquele que faz tal coisa é abominação ao Senhor; e por estas abominações o Senhor, teu Deus, as lança fora de diante de ti” (Dt 18.9-12).
“Quando, pois, o Senhor, teu Deus, os lançar fora, de diante de ti, não fales no teu coração, dizendo: Por causa da minha justiça é que o Senhor me trouxe a esta terra para a possuir, porque, pela impiedade destas nações, é que o Senhor as lança fora, de diante de ti” (Dt 9.4,5).
Era clara a ordem de Deus para que o seu povo não se inclinasse diante das imagens de escultura nem as adorasse. Contudo, desrespeitaram o primeiro e o segundo mandamento da lei de Deus (Êx 20.3-5; Lv 20.2-5). Fizeram altares a deuses estranhos. “E deixaram todos os mandamentos do Senhor, seu Deus, e fizeram imagens de fundição, dois bezerros; e fizeram um ídolo do bosque, e se prostraram perante todo o exército do céu, e serviram a Baal” (2 Rs 17.16; Jz 2.13).
Assim, quando o avivamento chegou, o povo apartou-se dos povos estranhos e de seus deuses. Tomaram essa decisão porque lhes fora ensinado através da leitura e explicação da Palavra de Deus que tal prática era abominação ao Senhor. Hoje conhecemos muitas pessoas que vivem nas igrejas, ou melhor, nos templos, mas não querem deixar seus deuses estranhos, “seus ídolos de estimação” que não agradam a Deus nem glorificam o seu nome. Também não querem deixar a comunhão com os incrédulos. Jovens cristãos, inclusive adolescentes, namoram, noivam e até se casam com pessoas descrentes, sem qualquer temor e compromisso com Deus. A Bíblia declara que não devemos nos prender a “jugo desigual com os infiéis” (2 Co 6.14).
Para muitos crentes a televisão tomou-se um ídolo, o aparelho é um altar que não pode ser apagado. A internet, para grande parte dos jovens em nossas igrejas, é um verdadeiro panteão de ídolos que destrói sua fé, sua dignidade e sua comunhão com Deus. Devemos obedecer ao que nos diz 2 Crônicas 7.14. E tais relacionamentos ocorrem por causa da mistura com os incrédulos. Não se pode evitar a amizade, o relacionamento no trabalho ou na escola com pessoas não-crentes, mas não se deve ter comunhão com elas, pois isso prejudica a identidade cristã.
Confessaram seus pecados e de seus pais. “...E puseram-se em pé e fizeram confissão dos seus pecados e das iniquidades de seus pais” (Ne 9.2b). Avivamento é isso, é expressão de uma mudança radical. Os israelitas fizeram “confissão dos seus pecados”, ou seja, do pecado de cada um, dos pecados individuais, inicialmente.
Quando alguém chora, grita, demonstra tristeza, mas não confessa de verdade os seus pecados, não há avivamento. Há apenas remorso. Isso não agrada a Deus.
Fizeram confissão “das iniquidades de seus pais”. O que significa isso? Terá sido algum “culto aos antepassados”, como fazem povos orientais? Certamente, não. Quando eles oravam, confessando os pecados de seus pais, sem dúvida, era porque estavam repetindo os erros e as transgressões cometidos pelos seus antepassados. “Ó Senhor, segundo todas as tuas justiças, aparte-se a tua ira e o teu furor da tua cidade de Jerusalém, do teu santo monte; porquanto, por causa dos nossos pecados e por causa das iniquidades de nossos pais, tomou-se Jerusalém e o teu povo um opróbrio para todos os que estão em redor de nós” (Dn 9,16).
Não se deve mistificar esse assunto, entendendo que a confissão pode apagar os pecados dos ancestrais. De jeito nenhum. Diz a Bíblia: “A alma que pecar, essa morrerá; o filho não levará a maldade do pai, nem o pai levará a maldade do filho; a justiça do justo ficará sobre ele, e a impiedade do ímpio cairá sobre ele” (Ez 18.20). Aqui fica bem claro que as gerações atuais podem sofrer as consequências dos pecados dos ancestrais, mas não levam a maldade deles, nem existe a tal da “maldição hereditária” sobre os salvos em Cristo (Rm 8.1; 2 Co 5.17).
Leitura, Confissão e Adoração
Valorizando a lei do senhor. Aqui está uma boa sugestão para uma reunião devocional. “E, levantando-se no seu posto, leram no livro da Lei do Senhor, seu Deus, uma quarta parte do dia; e, na outra quarta parte, fizeram confissão; e adoraram o Senhor, seu Deus” (Ne 9.3). Mais uma vez temos o destaque para a leitura da lei do Senhor diante do povo que ouvia atentamente. E essa leitura, que já fora feita, foi repetida durante “a quarta parte do dia”. Ao que o texto indica, a leitura durava três horas, talvez das seis da manhã às nove horas (em nosso horário), ou da primeira à terceira hora no horário judaico.
Em seguida, durante mais três horas, o povo fazia confissão de peca- dos. A adoração era expressa em forma de exaltação a Deus. “Tu só és SENHOR, tu fizeste o céu, o céu dos céus e todo o seu exército, a terra e tudo quanto nela há, os mares e tudo quanto neles há; e tu os guardas em vida a todos, e o exército dos céus te adora” (Ne 9.6).
Relembrando a história do seu povo. O passado de um povo aponta para o seu presente e o presente aponta para o futuro. Muitos fatos que ocorrem nos dias atuais são resultantes do que aconteceu no passado; é a dinâmica da história. Um povo que não valoriza a sua história é um povo sem memória.
No tempo de Neemias, o povo poderia até ter se esquecido de seu passado, mas os líderes tiveram o cuidado e o zelo de lembrar-lhes ou fazer conhecer os fatos históricos, sobretudo os que envolveram a ação de Deus desde a época de Abraão, a sua libertação do Egito, a caminhada pelo deserto, a chegada a Canaã e o seu desenvolvimento na Terra Prometida. Foi extensa e bem minuciosa a narração histórica, enquanto o povo adorava a Deus com a liderança dos levitas (Ne 9.4,5).
Relembrando a chamada de Abraão: “Tu és Senhor, o Deus, que elegeste Abrão, e o tiraste de Ur dos caldeus, e lhe puseste por nome Abraão. E achaste o seu coração fiel perante ti e fizeste com ele o concerto, que lhe darias a terra dos cananeus, e dos heteus, e dos amorreus, e dos ferezeus, e dos jebuseus, e dos girgaseus, para a dares à sua semente; e confirmaste as tuas palavras, porquanto és justo” (Ne 9.7,8). Essa referência lembrava ao povo que eles deveriam estar ali, em Canaã, não pelo favor de um rei, mas pela promessa de Deus a Abraão.
Relembrando o cativeiro no Egito. “E viste a aflição de nossos pais no Egito e ouviste o seu clamor junto ao mar Vermelho. E mostraste sinais e prodígios a Faraó, e a todos os seus servos, e a todo o povo da sua terra, porque soubeste que soberbamente os trataram; e assim te adquiriste nome, como hoje se vê (Ne 9.9,10). As novas gerações não tinham consciência de quão grande fora a mão de Deus na libertação de Israel do cativeiro egípcio. Ali, estavam experimentando a libertação do cativeiro babilônico pela misericórdia de Deus. E onde estava a gratidão a Deus?
Do mar Vermelho ao Sinai. “E o mar fendeste perante eles, e passaram pelo meio do mar, em seco; e lançaste os seus perseguidores nas profundezas, como uma pedra nas águas violentas. E os guiaste, de dia por uma coluna de nuvem e de noite por uma coluna de fogo, para os alumiares no caminho por onde haviam de ir. E sobre o monte de Sinai desceste, e falaste com eles desde os céus, e deste-lhes juízos retos e leis verdadeiras, estatutos e mandamentos bons. E o teu santo sábado lhes fizeste conhecer; e preceitos, e estatutos, e lei lhes mandaste pelo ministério de Moisés, teu servo” (Ne 9.11-14).
Aquelas gerações mais novas precisavam saber que o Deus deles não era um deus qualquer, mas o Deus que abrira o mar Vermelho a fim de que cerca de três milhões de pessoas passassem, guiando-os de dia com uma nuvem que amenizava o calor sufocante do deserto, e durante a noite, com uma nuvem de fogo. Era o mesmo Deus que fez o Sinai fumegar quando entregou a Lei a Moisés. Agora, aquela lei, que estivera esquecida, estava sendo lida perante eles. Era impressionante a facilidade que o povo tinha para se esquecer dos grandes feitos do Senhor!
A desobediência dos seus antepassados. “Porém eles, nossos pais, se houveram soberbamente, e endureceram a sua cerviz, e não deram ouvidos aos teus mandamentos. E recusaram ouvir-te, e não se lembraram das tuas maravilhas, que lhes fizeste, e endureceram a sua cerviz, e na sua rebelião levantaram um chefe, a fim de voltarem para a sua servidão; porém tu, ó Deus perdoador, clemente e misericordioso, tardio em irar-te, e grande em beneficência, tu os não desamparaste, ainda mesmo quando eles fizeram para si um bezerro de fundição, e disseram: Este é o teu Deus, que te tirou do Egito, e cometeram grandes blasfêmias” (Ne 9.16-18).
Relembrando a desobediência das gerações passadas, o povo pôde ver que a índole deles era de orgulho e endurecimento diante de Deus. Era comum o povo esquecer-se das maravilhas realizadas por Deus, ainda assim, Deus não os desamparara ao longo dos séculos. Tudo isso em razão da promessa feita a Abraão, Isaque, Jacó e a Davi.
Relembrando a conquista de Canaã. “Assim, entraram nela os filhos e tomaram aquela terra; e abateste perante eles os moradores da terra, os cananeus, e lhos entregaste na mão, como também os reis e os povos da terra, para fazerem deles conforme a sua vontade. E tomaram cidades fortes e terra gorda e possuíram casas cheias de toda fartura, cisternas cavadas, vinhas, e olivais, e árvores de mantimento, em abundância; e comeram, e se fartaram, e engordaram, e viveram em delícias, pela tua grande bondade. Porém se obstinaram, e se revoltaram contra ti, e lançaram a tua lei para trás das suas costas, e mataram os teus profetas, que protestavam contra eles, para que voltassem para ti; assim fizeram grandes abominações” (Ne 9.24-26).
A posse da Terra Prometida era fruto da bênção de Deus, das vitórias que alcançaram sobre povos muito mais numerosos que ele pela mão de Moisés, de Arão e de seus exércitos. Não conquistaram a terra por causa dos seus generais, capitães nem por suas estratégias bélicas, mas venceram e destruíram os inimigos porque Deus estava com eles. Diz a Bíblia: “Um só homem dentre vós perseguirá a mil, pois é o mesmo Senhor, vosso Deus, o que peleja por vós, como já vos tem dito” (Js 23.10); “O Senhor entregará os teus inimigos que se levantarem contra ti feridos diante de ti; por um caminho sairão contra ti, mas por sete caminhos fugirão diante de ti” (Dt 28.7).
Diante de tantas vitórias, êxitos e sucessos, qual a resposta do povo ao longo dos séculos? “Porém se obstinaram, e se revoltaram contra ti, e lançaram a tua lei para trás das suas costas, e mataram os teus profetas, que protestavam contra eles, para que voltassem para ti; assim fizeram grandes abominações”. Obstinação, rebelião, desprezo à lei do Senhor, assassinato dos profetas e prática de grandes abominações que incluíam lançar seus filhos no fogo, sacrificando-os aos demônios, adoração aos deuses estranhos e casamento com mulheres cananeias.
Não devemos nos admirar quando nas igrejas locais muitas pessoas se comportarem da mesma maneira. Muitas são abençoadas, prosperam com a graça de Deus, são batizadas com o Espírito Santo, têm paz e segurança, mas por qualquer apelo do mundo deixam de lado a Palavra de Deus. Algumas se desviam, cometem adultério e até se envolvem com o homossexualismo, contrariando as ordenanças do Senhor em total ingratidão e desprezo à Igreja do Senhor Jesus Cristo. Contudo, a recompensa por causa de tais atitudes é certa. Diz Paulo: “Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará” (Gi 6.7).
A Grande Misericórdia de Deus
Deus clemente e misericordioso. “Mas, pela tua grande misericórdia, não os destruíste nem desamparaste; porque és um Deus clemente e misericordioso” (Ne 9.3 1).
De cerca de três milhões de judeus, aproximadamente, que saíram do Egito, e de cerca de seis milhões que entraram na terra de Canaã, apesar de todos os pecados e rebeliões cometidos nos quarenta anos de jornada no deserto, Deus não os desamparou.
Daquela grande multidão, só restavam cerca de cinquenta e cinco mil pessoas durante a restauração dos muros da cidade de Jerusalém, ou seja, menos de 1%! É espantoso como o pecado causa a decadência espiritual, moral e numérica quando o povo dá as costas para Deus. É perigoso agir assim, pois Deus não só permite que o mal prevaleça, mas provoca situações adversas contra o povo rebelde. Mesmo agindo com rebeldia, Deus não destruiu o povo totalmente. Por quê? Ele até poderia levantar outro povo melhor do que aquele para lhe servir, mas não o fez. Por quê?
Primeiro, porque Deus é um Deus de palavra. Ele é Deus fiel, prometeu a Abraão e a seus filhos que sua semente seria multiplicada grandissimamente (Gn 16.10; 22.17; 26.4; 26.24). Ele previu a assolação de Israel por sua desobediência, mas não sua total destruição (Jr 4.27). Hitier quis aplicar “a solução final” destruindo os judeus na Segunda Guerra Mundial, .mas não conseguiu.
O remanescente de Israel será salvo. Em segundo lugar, Deus não destruiu Israel por sua grande misericórdia: “As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos; porque as suas misericórdias não têm fim” (Is 63.7; Lm 3.22). Israel, ainda hoje, despreza o plano de Deus.
A mistura com povos estranhos, na dispersão pelo mundo, fez com que a maioria não aóeite as promessas de Deus, mas ninguém conseguirá destruir a nação israelita. O povo de Israel está debaixo das grandiosas e infalíveis promessas de Yaweh, aconteça o que acontecer. “Também Isaías clamava acerca de Israel: Ainda que o número dos filhos de Israel seja como a areia do mar, o remanescente é que será salvo” (Rm 9.27).
Um Concerto com Deus
A súplica do povo. Depois do arrependimento sincero “com pano de saco e areia sobre a cabeça”, depois do pranto de todo o povo e depois da confissão e da adoração, chegara a hora de ser firmado um concerto com Deus, para que não mais fizessem o que seus antepassados fizeram desobedecendo ao Senhor. Então, antes de firmarem o concerto, houve uma grande súplica pela misericórdia de Deus: “Agora, pois, ó Deus nosso, ó Deus grande, poderoso e terrível, que guardas o concerto e a beneficência, não tenhas em pouca conta toda a aflição que nos alcançou a nós, e aos nossos reis, e aos nossos príncipes, e aos nossos sacerdotes, e aos nossos profetas, e aos nossos pais, e a todo o teu povo, desde os dias dos reis da Assíria até ao dia de hoje” (Ne 9.32). O povo ouviu a exposição da Palavra de Deus e confirmou que Ele é “o Deus grande, poderoso e terrível, que guarda o concerto e a beneficência”.
Quando o escriba e os levitas estavam lendo, no Pentateuco, o povo anotou o que Moisés escrevera: “O Senhor é longânimo e grande em beneficência, que perdoa a iniquidade e a transgressão, que o culpado não tem por inocente e visita a iniquidade dos pais sobre os filhos até à terceira e quarta geração” (Nm 14.18).
Ao crerem na Palavra, clamaram a Deus para que não os abandonasse. Mesmo usufruindo de reis, sacerdotes, e seus pais e todo o povo terem desobedecido à lei do Senhor (Ne 9.34,35), reconheceram que Deus é justo (Ne 9.33).
O concerto selado. “E, com tudo isso, fizemos um firme concerto e o escrevemos; e selaram-no os nossos príncipes, os nossos levitas e os nossos sacerdotes” (Ne 9.38). Deus se agrada quando o seu povo, arrependido, faz um concerto com Ele. Deus é Deus de concerto.
Ao restaurar o seu relacionamento com Deus, o rei Josias fez um grande concerto com Ele (2 Rs 23.1-3). O sábio rei Ezequias, diante da transgressão do povo, no primeiro ano de seu reinado, quando só tinha vinte e cinco anos de idade, conclamou o povo e fez um concerto com Deus (2 Cr 29.1-10).
Nos nossos dias, não resta a menor dúvida de que ante a iminente vinda do Senhor Jesus Cristo, faz-se necessário um grande concerto com Deus por parte das igrejas locais. É visível em nossas igrejas a negligência no cumprimento da Palavra de Deus, doutrinas heréticas têm invadido muitas delas. Comportamentos pecaminosos prejudicam ministérios inteiros, e uma grande frieza espiritual, uma verdadeira “frente fria” tem pairado sobre os arraiais evangélicos.
O mercantilismo tem dominado pregadores e cantores. Pregar ou cantar transformou-se em “produtos” a serem oferecidos no mercado da fé, conforme “a lei da oferta e da procura”. Curas e milagres são vistos como barganhas em troca de dinheiro. Não temos a intenção de julgar ninguém, mas essas e outras aberrações brotam a olho nu no cenário evangélico do nosso país. Decerto, está faltando um concerto nacional a fim de que haja um grande avivamento antes do arrebatamento da Igreja. Como a união entre as diversas igrejas só poderá haver no Milênio, é possível que cada denominação procure alcançar esse concerto e esse indispensável avivamento.
Assim como ocorreu após a restauração dos muros de Jerusalém, no tempo de Neemias, devemos orar e suplicar a Deus que mande sobre seu povo, no Brasil e no mundo, um quebrantamento espiritual que resulte em arrependimento, confissão e concerto com o Senhor. Devemos buscar esse avivamento a fim que as forças do mal sejam derrotadas, como prometeu o Senhor Jesus.