Hoje quero refletir com você sobre o valor do ser humano. Valores humanos, ética e cidadania.
Vivemos hoje numa sociedade saudosista, na qual as pessoas gostam de ficar contanto histórias de como eram as coisas em tempos remotos, os costumes e tradições sociais. Narram que os tempos mudaram e junto com os tempos as pessoas.
Nestas afirmativas, constatamos que o homem se tornou escravo de si mesmo ou de coisas alheias, quer seja do trabalho, da vontade de enriquecer e da obsessão pelo ter e não do ser.
O valor que temos está em ser e não em ter. Isto é: o que temos (ainda que não seja muito) deve ser utilizado em nosso favor e em favor da sociedade, ainda que vemos muitas situações contrastando com este princípio, como as pessoas sendo valorizadas porque têm um carro importado, uma mansão à beira mar ou uma conta recheada ou porque é gerente de multinacional. Tudo isso é bom, mas o que conta é o que você é e não o que você tem.
Quando examino a Bíblia, encontro lá um relato interessante de um jovem que a Bíblia diz que era rico. E ele teve um encontro com Jesus e queria seguir o Mestre. E o Mestre vendo que ele cumpria tudo que a lei mandava tocou lá no seu íntimo, no seu coração, ao dizer que se ele o quisesse seguir teria que vender tudo o que tinha e dar aos pobres e depois poderia seguí-Lo. Imagino aquele jovem ter seu coração partido naquele momento porque ele não tinha essa disposição de seguir a Jesus. Queria sim seguir a Jesus, mas sem abrir mão daquilo que era seu tesouro e onde estava o seu coração.
Na nossa vida diária o mesmo acontece. Vemos o próximo carecendo de algo da nossa parte, mas só o auxiliamo se conseguirmos visualizar oportunidade de recompensa ou de lucro. Bendito (???) capitalismo.
Temos nos tornado escravos do ter. Temos nos tornado em seres que priorizam o dizer: eu tenho eu posso..
Vamos assim, pouco a pouco, permitindo que inversão de valores seja algo realmente marcante.
E não nos damos conta que estamos a trazer mais sérios problemas sobre nossa vida.
A Lei existe, em tese, para regular a vida em comum, priorizando os direitos e deveres individuais e coletivos e o ser humano tem se preocupado em cumprir a lei, somente isso e nada mais que isso.
Não é a lei capaz de fazer um homem ser bom ou mal. Se assim o fosse, aqueles que cometem delitos e sofrem o peso da lei sairiam regenerados da prisão e, sem considerar isso como regra geral, na maioria dos casos não é o que acontece. Aliás, com a modernidade de nossos tempos, há prisioneiros mais famosos do que eu e você juntos, comendo e bebendo na prisão e lá comandando o sistema aqui de fora. Minto? Quer que cite nomes? Sei algum, mas não preciso mencionar.
E cá entre nós (deixa eu falar baixinho): esses caras só conseguem isso porque é aliado com alguém que permite que isso aconteça.
A obsessão pelo ter não vem de hoje. Vem de longa data, desde a criação do gênero humano e até antes dele. Cito o exemplo de Lúcifer que era o anjo de luz e se rebelou contra Deus. O mesmo aconteceu na história de Caim e Abel, entre outros, e assim vamos seguir uma escala até chegar aos nossos dias.
Mas podemos mudar esse quadro, a partir da consciência de cada indivíduo de que podemos viver amando e servindo ao próximo e assim fazendo seremos mais felizes.
Se conseguirmos despertar a consciência de consumir apenas o que é necessário (e não necessitamos de tanto) a natureza agradece, o próximo agradece e conseguimos viver em harmonia.
O sucesso da igreja primitiva, dos primeiros cristãos, é que os cristãos tinham tudo em comum.
Podemos nos pautar nisso. Mas e se aos olhos dos outros isso parecer loucura? É por essa preocupação que cada vez mais nos distanciamos do duplo objetivo para o qual fomos criados: viver para servir e servir para viver.
QUEM NÃO VIVE PARA SERVIR NÃO SERVE PARA VIVER
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