“Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá”. (Jo 11.25)
Versículo 25- Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá;
Versículo 26- e todo o que vive e crê em mim, nunca morrerá; crês isto?
Versículo 27- Sim, Senhor, respondeu ela, eu creio que tu és o Cristo, o Filho de Deus, que havia de vir ao mundo.
Estamos diante de uma belíssima passagem do Evangelho segundo João, onde ocorrera o falecimento de Lázaro, um amigo de Jesus. Jesus havia se retirado outra vez para além do Jordão, para o lugar onde João batizava no princípio; e ali ficou, (cf 10.40); muitos foram ter com ele e diziam: João, na verdade, não fez milagre algum; mas tudo quanto ele disse deste homem, era verdade. (cf Jo 10.41). Ocorreu, porém, que estando Jesus fora de Betânia, Lázaro adoecera. Suas irmãs, Marta e Maria, fizeram com que fosse levada a mensagem até Jesus, dizendo: Senhor, aquele que amas, está doente (cf Jo 11.3). Jesus, como Deus onisciente, ou seja, aquele que sabe todas as coisas sabia que aquela enfermidade não era para a morte. Ao saber da notícia, disse Jesus: Esta doença não é para morte, mas para a glória de Deus, a fim de que o Filho de Deus seja por ela glorificado (cf Jo 11.4). Nunca sabemos como Deus vai operar, se é através de cura ou de outra forma como no caso de Lázaro, a ressurreição. Porém, mesmo diante das nossas incertezas, incredulidade, receio, dúvida, Deus está sempre pronto a fazer grandes coisas, ainda que não as percebamos. Mas agora parece ficar difícil entender porque Jesus havia dito que aquela enfermidade não era para morte e diz a Bíblia que Lázaro morreu. Para quem esperava de Jesus alguma coisa, nada foi feito, aparentemente.
Quando foram levar a notícia de que Lázaro estava doente, a esperança era que Jesus viesse a tempo de sarar a Lázaro da enfermidade. Isso nos aponta para o fato de que Deus trabalha como quer e faz o que lhe apraz e não necessariamente o que queremos que Ele nos faça. Nossas petições podem não ser atendidas porque não pedimos como convém, ou porque Deus vê além do que pensamos ou além do que julgamos necessário. E neste momento, é importante que tenhamos em mente sobretudo a fé. A fé para entender e mais do que isso para aceitar o que Deus tem feito ou a fazer por nós. Costumamos ouvir que Deus sempre responde a nossa oração com um sim, um não ou espere. Ele tem o poder de experimentar-nos e quando vê que nossa fé é agradável aos Seus olhos nos concede aquilo que pedimos. No caso de Lázaro não foi diferente. Ele diz para Marta, irmã de Lázaro: Não te disse eu que, se creres, verás a glória de Deus? (Jo 11.40). Olha só o que é necessário para alcançar o que Deus tem para nós: crer, quer dizer ter fé. Jesus foi enfático ao dizer “se creres”. Ele não impôs a crença, mas que se cresse veria a glória de Deus. Mas cabe ressaltar que Deus tem prazer na vida do pecador. Sim, não precisa esconjurar. Deus ama o pecador, não importa a situação na qual ele esteja. Se você está assustado com o que tenho dito, agora vem a parte que é de fato importante. Deus não admite é o pecado e quer que o pecador se arrependa. O pecado faz separação entre nós e Deus. Deus é exatamente a figura que Cristo anunciou na passagem do filho pródigo. Não importa se temos gastado tudo o que Ele nos deu. Importa é que enquanto estamos em vida nos voltemos para Ele. E Ele nos recebe como o pai a seus filhos. Veja que Jesus chorou diante da morte de Lázaro, o que nos fala da misericórdia do Senhor para conosco. Ao chorar, Jesus demonstra que Deus não se regozija com a morte do homem, já que a morte entrou no mundo como conseqüência do pecado. Se formos capazes de nos voltarmos para Deus, veremos a glória d’Ele em nossa vida.
Foi o que ocorreu com Lázaro. Lucas nos indica que Lázaro era amigo de Jesus. Deus é nosso amigo. Ele jamais desampara aqueles que d’Ele se aproximam com um coração quebrantado. Que pecou, sim, mas que crendo na misericórdia do Senhor se arrependem dos seus maus caminhos e requerem o perdão de Deus sobre sua vida. Hoje também Jesus quer fazer grandes coisas em nossas vidas, mas os nossos conceitos de falsa religiosidade têm impedido que a fé seja o nosso único meio de fazermos contato com Ele. Não enxergamos a chegada de Jesus em nossa vida, querendo apenas que Ele venha fazer o que queremos e como queremos. Enquanto a esperança das pessoas era que Jesus chegasse para curar a Lázaro, Ele chegou quando Lázaro já havia morrido e mais, já estava sepultado há quatro dias. Mas aonde Jesus chega, entra a vida e sai a morte. Sai da descrença e entra a fé, sai o desespero e chega a esperança, sai o pecado e entra o perdão, sai a miséria e entra a misericórdia. Misericórdia que deriva de duas palavras latinas: miseris=miséria e cordis=coração, o que quer dizer que o coração de Deus se move pela miséria do homem. Jesus é o caminho, a verdade e a vida (Jo 14.6). Hoje em dia pode até ser que não vejamos mortos voltarem à vida, mas ainda assim manteremos firme e inabalável a nossa fé, aguardando a ressurreição de que Jesus tratou e depois os apóstolos confirmaram. A realidade humana é que Deus tem que fazer tudo por nós e nós não queremos fazer nada por Ele. A única coisa que Deus exige de nós é que tenhamos fé. E o apóstolo Tiago nos fala da fé que deve ser seguida de obras. Não se trata de obras sociais, mas de crer em Jesus. Acreditar n’Ele a qualquer custo. Temos conhecimento de vários testemunhos de pessoas que foram degoladas, cortadas ao fio da espada, queimadas, enfim, padeceram pelo nome do Senhor. Esta é a fé que Deus quer de nós. Essa fé nos impulsiona a reagirmos quando os compromissos humanos parecem ter grandes significados. Um não se converte porque os amigos vão deixá-los, outros porque poderão perder o emprego, não receberão mais as ajudas que recebem, compadres e comadres vão achar ruim e assim se segue uma série de argumentos que simplesmente distancia as pessoas de Deus. Veja que Jesus antes de nascer no ventre de Maria já era Deus. Por amar o mundo Ele deixou sua glória, se fez igual ao homem em tudo, menos no pecado e veio ao mundo a fim de nos remir. Ele veio para o povo de Israel e foi rejeitado por este mesmo povo. Hoje somos este povo. Somos filhos de Abraão, pela fé. Somos filhos de Deus e como tal devemos nos comportar. Usemos a fé que Deus colocou dentro de nós e rompamos com todos os entraves e impedimentos para nos aproximarmos de Deus. Estes impedimentos são como a pedra que vedava o túmulo de Lázaro. Antes de Jesus ressuscitar a Lázaro, Ele mandou que retirassem a pedra. Façamos isso também. Peçamos a Deus que a pedra seja removida da nossa vida. Muitos falam que Pedro é a pedra angular, mas isso não procede. É importante analisarmos as palavras conforme elas são. Pedro provém de petrus, que significa pedra pequena, enquanto que Cristo é Petra, isto é, pedra grande, sobre a qual a Igreja está firmada. A pedra que fora retirada do sepulcro de Lázaro embora parecesse grande não era firme, tanto que foi removida. E a pedra grande, que é Cristo, jamais poderá ser arredada da nossa vida, se não permitirmos que isso seja feito. Jesus não quer nos obrigar a viver a vida com Ele. Ele quer sim que tomemos a nossa decisão. Por várias vezes Ele nos fala de “quem quiser”. Por isso, não queiramos considerar o convite de Jesus um coisa qualquer, mas creiamos para que possamos ver a glória de Deus. Que vamos morrer isto é certo, embora esteja registrado na palavra que nem todos morrerão. Mas ainda que morramos, nossa esperança é a ressurreição que Cristo falou: Eu sou a ressurreição e a vida. O que crê em mim, ainda que esteja morto, viverá; e todo o que vive e crê em mim, nunca morrerá; crês isto? (Jo 11.25,26).
Não perca de vista o ideal de estar com Cristo e para isso se faz necessário O aceitarmos como nosso único e suficiente salvador. Não há a quem invocar além d’Ele. Você talvez fique a pensar que amanhã você se voltará para Deus, mas o amanhã não nos pertence. Amanhã poderá ser tarde e talvez não dê tempo de alcançarmos a salvação que Deus nos tem oferecido em Cristo Jesus. Estamos vivendo dias em que o homem é tomado de cansaço, sobrecargas, julgo pesado, mas Jesus disse: “Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve (Mt 11.29,30).
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O autor Giovani Nery
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